A etapa Agreste do Painel Paraibano de Mudanças Climáticas ressaltou, principalmente, a urgência de combater os impactos climáticos, buscando soluções sustentáveis para o problema. Entre as soluções destacadas, está o uso das tecnologias e da ciência para mitigar esses efeitos. A terceira fase do evento aconteceu na última sexta-feira (6), no auditório da UFCG, em Campina Grande, e reuniu autoridades, professores, pesquisadores e estudantes da área.
A ação é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS).
O secretário executivo de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Rubens Freire, ressaltou a importância das discussões que são realizadas no painel. “Esse fenômeno não é estudado agora, ele é estudado há, no mínimo, 200 anos. O que ocorre hoje é que você dispõe de artefatos técnicos ou ferramentas que permitem um acompanhamento e fazer análises estatísticas sofisticadas para fazer previsões. É um negócio difícil prever o futuro. entretanto há recursos matemáticos sofisticados e vários grupos de pesquisa, como foi falado aqui durante o dia, que são transformados em formação e informação”, disse.
De acordo com a coordenadora do Painel, a consultora técnica ambiental da Secties, Simone Porfírio, o evento em Campina Grande foi marcado pela troca de experiência de especialista das áreas. “O técnico da Aesa mostrou que eles usam equipamentos que fazem as medições dos níveis de açude, um professor do IFPB mostrou que esse dado já servia para os trabalhos de seus alunos e de pesquisas também do instituto. Foi uma discussão muito rica e importante”, disse.
O professor de geografia da UFCG, especialista em climatologia, Ranyere Nóbrega, levou seus alunos para participar do painel. Segundo ele, estudantes acadêmicos precisam ter acesso a esse tipo de discussão, muitas vezes pouco disponibilizada na sala de aula ou nos livros didáticos. “Os estudantes são reprodutores de conhecimento, são alunos de licenciatura, e a gente observa que é um tema urgente, mas pouco trabalhado nos livros didáticos. Eu trouxe eles para o evento para mostrá-los a importância, ao ver diversos pesquisadores de diversas áreas preocupados com esse assunto, para que eles possam reproduzir isso onde forem trabalhar como futuros professores”, disse.
Entre as soluções discutidas está o uso da ciência e tecnologia para tentar diminuir os feitos causados pelas mudanças climáticas. O coordenador do Observatório da Caatinga e desertificação do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e correspondente científico brasileiro junto à convenção da ONU para combate à desertificação, Aldrin Perez, ressaltou em sua palestra um pouco sobre o trabalho que tem sido realizado por ele.
O trabalho realizado pelo especialista envolve ciência e tecnologia de ponta e os seus resultados contribuem para o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). “Estudamos a região semiárida em quatro níveis, no solo, vegetação, atmosfera e na sociedade. Nós analisamos as dinâmicas de processos ecológicos, como fluxo de energia, reciclagem de nutriente, crescimento da vegetação, dinâmica da água, temperatura do ar, solo. Fizemos toda uma análise em conjunto e paralelamente a isso utilizamos imagens de satélite. Temos seis pontos com torres de 15 metros de altura que fazem uma espécie de ressonância, através de uma série de sensores que estão acompanhando e permitem correlacionar com leitura de satélites e fazer uma análise da região semiárida”.
Visita técnica Insa
No período da tarde, a programação se estendeu para uma atividade prática, onde os participantes visitaram o Instituto Nacional do Semiárido (Insa). Segundo Camila Gurjão, pesquisadora do setor de popularização da ciência do Instituto, ressaltou que a proposta do painel de promover visitas técnicas é muito importante principalmente para o futuras parcerias. “Nós mostramos as nossas pesquisas na área de tecnologias sociais desenvolvidas pelo Insa, então é muito importante discutir essa possibilidade de fazer parcerias, algo fundamental para o nosso instituto como forma de capilarização que é uma das metas das nossas metas”.
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