Advogado aciona a polícia contra "fake" sobre ligação da Avalanche com PCC; veja estratégia

Diante de reportagens que apontam um suposto elo entre o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil, o advogado Paulo Hamilton Siqueira Júnior, garante que a infirmação não passa de "fake news", prometendo acionar a polícia e a Justiça contra "essa injustiça, que ofende a personalidade de Leonardo", disse.

Avalanche vem sendo alvo de reportagens que fazem a ligação entre ele e a organização criminosa. O primeiro passo para estancar os prejuízos causados com a informação será o registro de um boletim de ocorrência na Polícia Civil, denunciando crimes de difamação e calúnia, que teriam sido praticados por alguns veículos e jornalistas. A decisão confirma fala do candidato a prefeito pelo partido, o empresário Pablo Marçal, durante entrevista na semana passada.

O fato mais grave apontado por Avalanche para comunicar a polícia e dar início a um inquérito foi a reportagem publicada pela Folha e repercutida por outros veículos sobre um áudio em que supostamente ele travaria um diálogo com um líder da facção Primeiro Comando da Capital, o PCC. A reportagem diz que um dos interlocutores seria Avalanche.

Com a experiência de juiz eleitoral que foi, Siqueira Júnior entende que a imprensa não pode ser censurada, mas deve ser questionada sobre aquilo que publica. Ele entende que a reportagem sobre suposto elo com o PCC "o presidente Avalanche está sendo vítima de um fato difamatório. Isto difama a personalidade", disse.

Após a abertura de inquérito, o advogado pretende pedir perícia para provar que a voz que aparece no áudio divulgado não é de Avalanche. "Aquilo (a voz) não é dele". Avalanche é o líder do partido e o principal articulador da campanha de Pablo Marçal.

A REPORTAGEM
Na conversa publicada, onde o áudio foi reproduzido, o homem, cuja voz foi atribuída ao presidente do PRTB, demonstraria ter influência sobre a facção criminosa. No diálogo, falam sobre a defesa de um membro do grupo. Neste trecho, o homem, que, a exemplo de Avalanche, também é advogado, conta vantagens sobre sua atuação perante o PCC.

Registrar a ocorrência foi um compromisso que Leonardo Avalanche firmou com Pablo Marçal para desfazer o mal entendido criado pelas reportagens. Durante entrevista coletiva, Marçal reafirmou sua confiança em Avalanche e disse esperar que ele cumprisse a promessa de denunciar o caso às autoridades.

FIDELIDADE
Durante a coletiva, Marçal falou de sua fidelidade ao presidente do partido que, segundo ele, garantiu sua candidatura mesmo tendo recebido propostas milionárias de gente das esferas federal, estadual e municipal "para derrubar minha candidatura", disse. Neste ponto, o candidato reafirma sua esperança no registro do boletim de ocorrência. "Espero que você, aquela conversa sincera sobre processar os jornalistas, você consiga indenização e espaço em todos os lugares, por eles vincularem vocês aí, sem provas", afirmou.